by Bill Roberts; Translation by Fisiculturismo.com.br
Pretende-se que este artigo não substitua o conselho e opinião de um
profissional de saúde autorizado. Consulte um médico antes de tomar
qualquer medicamento.
Como diferem entre si os esteróides anabólicos, e por que têm efeitos
diferentes? Como atuam? Quando, como e em quais quantidades deve um
esteróide ser utilizado, e por quê?
Escritores fazem afirmações e declarações sobre esteróides anabólicos,
e também recomendações. Algumas coisas que dizem podem ser boas, mas
outras podem ser más. É meu objetivo dar-lhe a compreensão quando ler
sobre esteróides, para julgar por si próprio o que está sendo dito.
Quando você compreender como eles atuam, daí você poderá compreender por
si próprio se uma afirmação ou idéia é boa ou má.
Nos próximos artigos, lhes darei bases para ter uma boa compreensão de
como estas drogas atuam, de modo que você possa desenvolver planos para
seu uso.
Mecanismos de ação
Em primeiro lugar, tomemos uma visão panorâmica, mas no nível molecular.
Considere uma molécula do esteróide anabólico/androngênico (AAS) no
fluxo sanguíneo, ligada a uma molécula de testosterona, ligando a
globulina (TeBG). Um receptor, fora da célula muscular, trará o TeBG/AAS
para dentro da célula. Este processo estimula o metabolismo da célula
aumentando o ciclo AMO, mas este não é o maior efeito do uso do AAS.
Alternativamente, a molécula de AAS pode estar livre no fluxo sanguíneo,
não ligada a nada. Se assim for, pode ser facilmente difundida na célula
através da membrana celular, assim como a água atravessa o papel.
Depois, dentro da célula, a molécula de AAS liga à molécula de receptor
de andrógeno, que está dentro da célula, não na membrana da célula. O
receptor de andrógeno é uma molécula muito grande e é feito de um milhar
de amino-ácidos. É assim muito maior do que a molécula de AAS. O AR tem
uma região 'dobrada', e pode ser moldado em duas formas. Quando ele liga
à molécula de AAS, o AR se dobra na região de dobradura e é ativado.
Pense no AR como uma máquina que não faz nada, a não ser quando é ligada.
O AR não tem um AAS ligado a ele, ou é ligado, ou não, ou é desligado.
Não há condição intermediária que provoque um AAS a fazer um efeito
fraco - não há dobradura a meio termo. A pergunta é: por quanto tempo
permanecerá o AR ativado antes que o AAS o deixe? A resposta é, um par
de horas.
Depois que o AAS se vai, o AR volta ao estado original, e está pronto
para uso novamente.
Se o AR pode ser ativado ou não, é bem ativado com a molécula de ligação
de metenolona (de Primobolan), como também o é por uma molécula de
qualquer AAS.
Aqui não se afirma que diferentes AAS oferecem resultados diferentes por
outras razões.
Logo que a molécula de AAS se liga ao AR, o receptor viaja para o núcleo
da célula, e forma um par com outro AR ativado. O par então se liga a
certas partes do DNA, e certos gens começam a produzir mais mRNA. Esta é
uma forma para o corpo seletivamente ativar apenas alguns gens. Neste
caso, somente os gens associados com andrógenos são ativados, ou têm sua
atividade aumentada.
O mRNA é diferente para cada gene, pois carrega a informação que cada
célula precisa para produzir proteínas específicas. Miosin e actin, que
são os maiores componentes do músculo, são exemplos de proteínas e estas
são feitas como resultantes da produção do mRNA derivada dos genes
dessas proteínas.
Ao fim, a proteína muscular é nosso alvo. A molécula de AAS é a causa
para que a célula do músculo produza mais determinadas proteínas,
ajudando ao usuário tornar-se maior. (há passos do mRNA até a proteína,
mas nós passaremos por isto).
Toda a ligação de AAS para um AR resulta em exatamente em produção de
uma molécula extra de proteína? Não. O AR é totalmente ativado por
qualquer AAS, e isto não quer dizer que ele sempre tem sucesso na
ligação com o DNA. Diferentes quantidade de mRNA podem ser produzidas,
em razão de estar um AR ativo enquanto um AAS permanece ligado a ele. Se
muitas moléculas de mRNA são produzidas, geralmente elas serão causa da
produção de correspondentes moléculas de proteínas.
Assim, a quantidade de crescimento extra por AR extraordinariamente
ativado pode variar.
O receptor de andrógeno.
Tendo uma vista ampla do processo, vejamos o AR.
O AR é uma grande molécula de proteína, resultante da produção de um
gene no DNA. Não há diferentes espécies de receptores, como querem
certos autores. Não há, por exemplo, específicos ARs para anabólicos
injetáveis ou orais, nem para diferentes ésteres de testosterona, nem
para qualquer espécie de AAS.
A primeira pergunta importante é: "Quantos ARs você tem? Seu número é
grande ou pequeno? Pode ele ser alterado?" São pequenas máquinas,
ligadas ou desligadas, seu efeito é maior quando são ativadas, por isso
queremos que elas estejam ativadas o mais possível.
Há menos ARs do que o povo pensa. Alguns autores e opositores da dose
superior a 200 mg/dia dizem que esta quantidade será aceita pelos
receptores e tudo o que ultrapassar será despejado e irá para os
receptores na pele ou para outro lugar.
A pesquisa indica que o tecido muscular tem 3 nanomoles de AR por kg.
Assim, o seu corpo tem provavelmente menos que 300 nanomoles de AR no
total.
Um tablete de 2,5 mg de oxandrolona supre aproximadamente 8000 nanomoles
de AAS. Certamente são mais moléculas do que seu corpo possui em
receptores.
Com poucos cálculos, vê-se que todos os receptores poderão ligar a
somente uma pequena percentagem das moléculas de AAS num pequeno tablete
de 2,5 mg. Assim ligando ao AR, não será reduzida a concentração do AAS
no sangue. A idéia de que os ARs ligarão à dose que os autores
reomendarem, ou que o excesso será jogado fora é totalmente incorreta.
Não há receptores suficientes.
As doses padrões de AAS são bastante altas para que uma alta percentagem
dos ARs seja ligada a eles, seja ela de 400 mg/semana ou 1000 mg/semana.
Se percentagens similares de ARs estão em atividade - aproximadamente
100% em cada caso - então por que as doses mais altas dão mais
resultados? Em realidade isto acontece, mas não há grande percentagem de
receptores desocupados em doses moderadas. Assim, há pouco espaço para
melhorar aqui. Provavelmente, parte da causa é algo além da maior
percentagem de receptores.
Por que tomei como exemplo aquelas doses, em vez de comparar os níveis
normais com 400 mg/semana?
Os ARs devem formar pares para serem ativos, isto tem uma conseqüência
interessante. Se dois ARs devem se juntar para formar um par ativo, e
ambos devem ligar à molécula de AAS, então o quadro deve ser tirado da
percentagem. Isto quer dizer que em 71% dos receptores ligados ao
esteróide, 50% dos pares serão ativados. Assim, em baixos níveis, há
mais espaço para melhoria do que se poderia pensar. Se 95% estiverem
ocupados, mesmo depois de tirar o quadrado, haverá ainda 10% de espaço
para a melhoria.
Mas a melhoria atual - aumento no efeito - parece ser maior do que 10%.
O anabolismo aumenta mesmo se a dose é mais do que suficiente para
assegurar virtualmente a ligação completa. Por que?
Explicação corrente diz que altas doses de AAS bloqueiam receptores de
cortisol e são anti-catabólicos. Se isto fosse resposta adequada,
poder-se-ia usar drogas anti-cortisol junto com baixas doses de AAS e
ter os mesmos resultados obtidos com altas doses de AAS. Este não é o
caso. Se o cortisol for suprimido, isto resulta em problemas de dor nas
juntas. Se a teoria do bloqueio do cortisol for verdadeira, poderíamos
esperar que as pessoas com baixo cortisol fossem bem musculosas. Também
não é o caso.
Três outras possibilidades vêm à mente:
Explicações possíveis para o efeito de altas doses de esteróides
androgênicos/anabólicos.
Altas doses de AAS podem dar regulação alta na produção de AR.
Se a atividade não pode ser aumentada pela elevação da ocupação dos
receptores existentes, pode ser potencialmente elevada pelo aumento do
número de receptores. Menciono isto como uma provável explicação para os
efeitos da alta dose de AAS, não como fato já estabelecido no tecido
muscular dos fisiculturistas. Não tenho conhecimento de tais estudos.
Observa-se a regulação alta das altas doses de não aromatizáveis AAS em
outros tecidos, e é observado nos humanos em resposta ao exercício de
resistência.
Altas doses de AAS poderiam estimular o crescimento independentemente do
AR.
No tecido muscular, observou-se que o andrógeno ativa o gene imediato
zif268 num processo onde não está envolvido o AR. Esta atividade
provavelmente se relaciona com o crescimento muscular e necessita de
altas doses.
Testosterona mostrou aumentar a eficiência da mRNA na translação de
proteínas celulares, e pode ser mediado por um mecanismo independente do
AR.
O tecido nervoso mostrou responder quase instantaneamente ao andrógeno.
Isto não pode ser resultado do processo mediado pelo AR que já foi
descrito, porque ele leva muito tempo.
A hipótese de que a droga atua apenas por uma forma de ação pode ser
examinada pela dose/curva de resposta. Num efeito, só é dependente da
atividade de um receptor, daí pela resposta logarítimica deverá seguir
uma função senoidal (uma curva com forma de S). O gráfico seria baixo em
ambas as posições, tanto baixa como altas doses, e aproximadamente
linear em doses moderadas.
Em doses moderadas, a função linear é certamente mostrada.
O problema é, para o leque de aproximadamente 100 a 1000 mg/semana, o
gráfico permanece linear sem importar a dose 1. Isto não quer dizer que
dose dobrada resulta em dobro no efeito. Para dar o dobro do efeito é
necessário quatro vezes a dose.
Esta resposta não é consistente com um receptor simples - modelo único,
pois tal modelo não é apoiado pela curva de dose/resposta. Mas, este
tipo de resposta será esperado se há outras variáveis além da ligação do
receptor. Pode ser explicado se um ou mais dos mecanismos esteja
saturado com baixos níveis de droga, e um ou mais dos outros mecanismos
não fica saturado até ficar com altos níveis de droga utilizada.
Altas doses de AAS podem melhorar a eficiência da ação dos ARs
Não é só o número de ARs que é importante, mas também sua eficiência na
operação. O processo completo, como foi parcialmente descrito acima,
envolve muitas proteínas, algumas das quais podem ser limitativas.
Aumentos na quantidade dessas proteínas podem aumentar a atividade. Por
exemplo, ARA 70 é uma proteína que pode melhorar a atividade do AR por
10 vezes.
Não estou ciente se há algum estudo que diz como ARA 70 pode ser
regulada por altas doses de AAS. Cito isto como exemplo para a ação da
farmacologia, e também, como um alvo em potencial. Se você vir como
atuou outra droga para aumentar ARA 70 isto poderá ser muito
interessante !
Outras porteínas que podem afetar a eficiência incluem a RAF, que
aumenta a ligação do AR para o DNA por 25 vezes; GRIP1, e cJun. Nenhuma
destas, infelizmente, pode ser administrada sozinha como droga.
Há várias formas de ver a atividade de AR ser alterada sem qualquer
regulação alta ou regulação baixa dos receptores. Autores que fazem
afirmações tais não conhecem o que falam. Sem prova específica sem
medição dos níveis de AR - é sempre injustificado afirmar que a
atividade do receptor de andrógeno pode ter tido regulação baixa,
especialmente com apenas por ouvir falar. Tais afirmações são sempre
destituídas de provas.
Não é justificável também falar que o aumento da ocupação dos ARs é a
única forma de aumentar o efeito dos andrógenos, como já vimos. É
justificável, na base de resultados reais, dizer que a alta dose de AAS
é mais efetiva que a baixa dose de AAS, e certamente é mais efetiva que
os níveis naturais de AAS. Isto é real, mesmo se o uso é restringido com
o tempo. Não tem consistência a afirmação de que a regulação baixa dos
receptores de andrógeno é resposta a altas doses de AAS.
Justifica-se pela experiência dos fisiculturistas e pela evidência
científica que doses baixas de AAS, de 100 a 200 mg/semana não darão
bons resultados aos atletas masculinos.
Proximamente, falaremos da regulação do receptor de andrógenos mais de
perto. Há muitas opiniões contrárias. Quais opiniões são válidas? Como é
que estas teorias afetam o planejamento de um atleta?
Fique ligado, porque há ainda muito por vir !
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